segunda-feira, 24 de agosto de 2009

AS SETE BARRAS DE OURO

A denominação deste povoado também encerra uma lenda. O Cel. Diogo Martins Ribeiro Júnior, em seu trabalho "Riquezas da Ribeira de Iguape", publicado em 1922, referindo-se a Sete Barras diz o seguinte:
- Conta um antigo morador de Sete Barras, que no lugar onde está SETE BARRAS, denominava-se – Gointaoga – ouvido de um índio velho, a seguinte estória, na qual se explica a origem do nome atual.
- "Nos tempos em que se minerava ouro no Arraial (no Rio Ipiranga) um espanhol que lá esteve batendo nas guapiaras, conseguiu após algum trabalho, juntar muitas pepitas de ouro, perfazendo o total de vários quilos do cobiçado metal, que fundiu em sete barras de grande peso cada uma.
- Resolvendo voltar à Pátria, levando a sua preciosa carga, o espanhol descia o Rio Ribeira numa canoa, quando no pouso que fez no sítio denominado Goyntahogoa, soube que se havia instalado em Registro - SP, um posto de quintagem do ouro, para o pagamento de 20% à coroa de Portugal.
- Resolvido a burlar a coroa Portuguesa, o espanhol tratou de indagar se poderia chegar a Santos, sem passar pelo registro. Para obter essa informação, desceu até a barra do Juquiá, tendo previamente enterrado nas proximidades do sítio Goyntahogoa, as sete barras de ouro, extraídas dos rios do Arraial.
- Chegando a barra do Juquiá, encontrou diversos índios que, interrogados lhe disseram que subindo pelo Y-iquiá (Juquiá) e pelo Caynhoire (São Lourenço) e Itariri, pelas cabeceiras deste último, era muito fácil de ir a praia do mar.
- Estava o espanhol resolvido a fazer a viagem por aquele itinerário e já pensava em voltar ao sítio Goyntahogoa, quando um dos índios, quando um dos índios lhe falou da quantidade de ouro existente no rio Guyrõmbyi (quilombo), no lugar denominado Tarenconcé (Travessão).
- Essa notícia tentou-o a nova exploração. Sem voltar a Goyntahogoa, subiu o espanhol o rio Quilombo e chegou ao Travessão onde, sem muito trabalho tirou grande porção de ouro.
- Era porém o aludido espanhol amigo de furar sertões, e tendo notícias das ricas minas do Pedro Vaz, resolveu ir até as cabeceiras do rio Assunguy e alí entrar com o dito Pedro Vaz. Entretanto, este não consentiu que o espanhol fosse seu sócio naquelas explorações.
- Deixou então o Assunguy e foi a Goyntahogoa desenterrar o seu ouro, baldados foram os seus esforços, nunca mais soube encontrar o seu precioso enterro. Depois de seguidos dias de inúteis pesquisas, resolveu voltar à Pátria, levando o ouro do Travessão, que não era inferior em quantidade e qualidade ao ouro extraído do Arraial e até hoje enterrado no sítio Goyntahogoa, até que algum felizardo o encontre e faça a exumação desse cadáver, capaz de arredar muitos cadáveres.
- Desde então Goyntahogoa, passou a denominar-se Freguesia de Sete Barras, e finalmente SETE BARRAS "Ouro Verde do Vale". Esta é a estória!"

Um comentário:

  1. Gostei dessas informações. Meus pais nasceram e casaram em Sete Barras Meu pai nasceu em 1917 e mamãe em 1921. Meus avós também moraram aí. Papai foi aluno do prof. Durval e também lecionou em escolas rurais da região. Tenho algumas fotos dos professores das escolas. Se tiverem interesse me escrevam ou me procurem no facebook. Obrigada pelo trabalho de resgatarem essa parte da história.
    Miriam de Freitas.

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